top of page

Reconhecimento público

Conheça os(as) educadores(as) valorizados(as)

no dia 07 de outubro.

seta1.png
Ana Maria Lobo de Carvalho.jpeg

Escola: Escola Municipal Wilson Hedy Molinari

Cidade: Poços de Caldas (MG)

Ciclo: Ensino Fundamental I e II

Função: Diretora e professora

Ana Maria Lobo de Carvalho

 

A principal incentivadora da carreira educacional de Ana Maria Lobo de Carvalho é a sua mãe, Terezinha de Fátima Ferreira, que estudou e trabalhou na Escola Paroquial São Sebastião. Na época, um colégio religioso, administrado por padres e freiras da Congregação dos Oblatos. 

Anos depois, após uma série de mudanças, o mesmo local se transformou na Escola Municipal Wilson Hedy Molinari. Foi quando Ana passou a ser professora do Ensino Fundamental I e II, e, atualmente, exerce o segundo mandato como diretora de 650 alunos divididos em dois turnos. 

Ana lembra que começou a trabalhar desde cedo com educação, quando tinha apenas 16 anos. Lá se vão 22 de sala de aula, desses, apenas dois em uma escola particular. Professora, gestora escolar e coordenadora de creche. A educação, seja em qual ambiente for, faz parte da vida de Ana Maria, que desde criança já tinha ciência do que fazer em sua vida. 

No Conselho Municipal de Educação, Ana está em segundo mandato como presidente da entidade, cujo papel é consultivo, deliberativo e de articulação junto à educação e educadores do município de Poços de Caldas. O espaço teve um papel importante, por exemplo, na implementação do ensino remoto por conta da pandemia.

 

Nessas duas décadas, um episódio marcou sua jornada, em seu primeiro ano de trabalho no Ensino Fundamental I. A professora, naquele período, se deparou com uma menina de 10 anos de idade que precisava ser alfabetizada. Certo dia, após um tempo de estudos, a criança apareceu na sala com o cabelo curto. A educadora elogiou o penteado da aluna, que contou: “a minha mãe havia feito uma promessa de eu cortar o cabelo assim que aprendesse a ler”. Ana, que se emociona com a história, ressalta a importância de sua trajetória escolar, tanto como aluna, como professora e como gestora. De fazer parte de uma grande comunidade educativa que é o ensino público, e de conhecer os inúmeros desafios da área no Brasil.

Toda essa trajetória educacional, desde quando acompanhava a mãe no trabalho e a ajudava com a alimentação das crianças, até os dias de hoje, mostra para Ana que a sociedade tem papel fundamental no respeito e valorização do trabalho dos educadores. Ela enxerga que, nos últimos tempos, houve uma politização da profissão, o que colocou, por vezes, os professores como rivais da sociedade.

“Eu acredito que a única forma de transformar as pessoas é por meio dos estudos. Eu vivo educação e escola. A minha vida se resume à minha família e à educação. O maior desafio nosso hoje é mostrar para as famílias e para os estudantes a importância do conhecimento.”

Patrícia Oliveira.jpg

Escola: EMEB Euclides da Cunha

Cidade: Divinolândia (SP)

Ciclo: Ensino Fundamental II

Função: Professora

Patrícia de Oliveira Santos

 

Autor da notável obra brasileira “Os Sertões”, Euclides da Cunha é homenageado por uma escola municipal de educação básica de Divinolândia, interior de São Paulo. E é nesse espaço que Patrícia de Oliveira Santos estudou e, anos depois, após se formar em Letras e Pedagogia, passou a lecionar. Com sorriso largo, ela enxerga, em sua profissão, o papel de despertar e cultivar o amor dos estudantes pela educação.

Formada há 16 anos, entretanto, Patrícia está na sala de aula como educadora desde criança, quando, em sua casa, com uma lousa, exercia o duplo papel de aluna e professora. As experiências como conselheira tutelar por três anos e como mediadora escolar durante seis anos agregaram à sua profissão, e a instigou a lutar por um mundo mais justo. 

Responsável por ministrar as disciplinas de Inglês e Português e apaixonada por literatura, Patrícia tenta sempre trazer as obras que propõe leitura para a realidade de vida de seus alunos. Certo dia, a professora e os estudantes leram um livro sobre uma menina paraplégica, o que rendeu uma pesquisa escolar sobre a acessibilidade da cidade de Divinolândia.

Essa história remete ao lema da professora: “Com criatividade, o amor se manifesta de todas as formas”. Ela se define como “canseirinha”, por buscar, no poder público e na iniciativa privada, parcerias para suprir algumas necessidades do ambiente escolar. Para conseguir doações de livros para a escola, Patrícia convidou o prefeito da cidade para um debate escolar, posteriormente conseguiu a doação para a biblioteca. Por isso, ela crê na participação em movimentos estudantis, e exerce, atualmente, a coordenação de um grêmio escolar. 

Quando se formou, Patrícia pensou muito em qual tipo de professora gostaria de ser. Como é muito animada, alegre e criativa, suas aulas não poderiam ser diferentes. Buscou, então, ser também essa educadora, pois queria que os seus alunos se encontrassem na escola e na disciplina de Língua Portuguesa.

“O escritor Euclides da Cunha é uma referência para mim, de maneira técnico-científica traz a história, a divisão entre as partes e analisa o homem, o meio e o momento histórico. Ele sempre me inspirou como professora e escritora, por isso acrescento a seguinte frase escrita por ele: ‘O educador brasileiro é, antes de tudo, um forte’”.

Topo
Valmíria Dias de Carvalho.jpeg

Escola: Escola Municipal João Pinheiro

Cidade: Poços de Caldas (MG)

Ciclo: Ensino Fundamental I

Função: Diretora

Valmíria Dias de Carvalho

 

Valmíria Dias de Carvalho se casou com a educação e só não promoveu a sua festa de bodas de rubi devido à pandemia de Covid-19. Ela é educadora há 40 anos, estando nos dois últimos como diretora da Escola Municipal João Pinheiro. Terminou o curso de pedagogia na Universidade Federal de Alfenas (Unifal), em 2018, após ajudar a formar seus quatro filhos. 

Há quatro décadas, numa época difícil para as mulheres se aprofundarem nos estudos, Valmíria, para tentar superar a timidez, decidiu cursar magistério. A então pretensa escritora despertou para a educação quando começou a cuidar das crianças de uma igreja.

Algum tempo depois, nos anos 1980, Valmíria entrou de vez na sala de aula com uma turma de alfabetização. O difícil era ela se encontrar no manual do professor da época, com um conteúdo que não atraía os alunos. A professora, que costuma inovar ao lecionar, resolveu criar seu próprio manual.

Instrumentos musicais, canções, fantasias. Tudo isso era útil, desde que contribuísse com o aprendizado das crianças. Há, inclusive, pessoas que até hoje se lembram da professora vestida de palhaço para ensinar um estudante tímido a aprender matemática.

São muitas histórias ao longo desses anos na educação, entretanto, tem uma que mexe com a gestora, a qual considera o maior desafio de sua carreira: a inclusão de uma aluna de 7 anos com deficiência auditiva, no 1º e 2º anos do Ensino Fundamental. Naquele momento, ninguém ali se comunicava por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Valmíria propôs um desafio aos seus alunos e responsáveis: a turma vai aprender a se comunicar em Libras, sendo a aluna com dificuldade auditiva a professora. 

A proposta deu certo, foi abraçada pelos alunos e familiares. Depois, coube à turma ensinar àquela criança a oralidade e a leitura labial. O fato ocorreu entre os anos 2008 e 2009. Desde então, a paixão pela inclusão escolar tem norteado a carreira da diretora, que pensa, inclusive, em desenvolver um mestrado na área.

Mas a educadora não abandonou o gosto pela literatura infantil. Quatro livros já estão prontos para ser publicados.

“Não existe uma transformação social sem passar pela educação. Ela muda as nossas vidas, realidades e rotas. Eu sempre falo que você só vai conseguir uma mudança no banco da escola.”

bottom of page