top of page

Reconhecimento público

Conheça a história dos(as) 15 educadores(as) mais indicados(as).

seta1.png
Carlos José.jpeg

Escola: Unidade Integrada Boa Esperança 

Cidade: Raposa (MA)

Ciclo: Ensino Fundamental II

 

Função: Diretor

Carlos José Silva Baldez

 

Carlos José Silva Baldez perdeu o pai aos 10 anos e foi criado pela mãe, que era empregada doméstica e sustentou três filhos sozinha, sempre acreditando que a educação transformaria tudo. Com essa certeza, graduou-se em matemática na Universidade Federal do Maranhão. Hoje, atua como diretor da Unidade Integrada Boa Esperança, em Raposa, mas se considera um gestor-professor e faz questão de chamar todos de “alunos”.

 

Se tornou educador há 23 anos e escolheu a profissão ainda na adolescência, pois gostava de ensinar e era bom em matemática e raciocínio lógico. O que mais marcou sua trajetória como educador até hoje foi sua experiência no Timor Leste, para onde foi enviado pelo Ministério da Educação por meio de um processo seletivo.

 

O educador passou um ano no país formando novos professores, que apesar de falarem português, tinham como língua materna o Bahasa Indonesia. Ele costuma dizer que deu sorte que a matemática é uma língua universal.

 

Para além da sala de aula, criou o projeto Caravana da Alegria, onde por meio do seu palhaço Carlito, apresentava a cultura brasileira para o povo do Timor Leste. Em 2009, passou no concurso para ser diretor escolar em Raposa. Além de educador, também era artista e conta que isso influenciou muito sua trajetória.

 

Como gestor, o profissional não se limita ao ambiente escolar e visita a casa dos estudantes de sua comunidade, incentiva a participação dos jovens e acredita que seu papel é ser parceiro das famílias e saber o que acontece e como pode ajudar como representante do poder público.

 

Os desafios da profissão são muitos e Carlos faz questão de ressaltar os mais importantes: remuneração, infraestrutura e formação continuada.

 

O educador acredita que toda a sociedade deve ser parceira do professor e que a escola deve estar sempre aberta para a comunidade.


“A Covid-19 fez com que a sociedade olhasse mais para o professor e, finalmente, entendesse a sua importância. É essencial que a valorização do educador se estenda para o administrativo, os gestores, as merendeiras, auxiliares de serviços e para toda a comunidade escolar.”

Eweny.jpeg

Escola: UEB Lima Verde

Cidade: Paço do Lumiar (MA

Ciclo: Ensino Fundamental I

 

Função: Coordenadora Pedagógica

Eweny Cristina Moraes Figueiredo

 

Eweny Cristina Moraes Figueiredo é educadora e acredita que a educação é a base para a  formação e emancipação social. Tem como sua maior influência a própria mãe, que também era professora, mas a paixão pessoal pela profissão surgiu no dia a dia diante dos desafios e percebendo que educar é colocar em prática ações capazes de mobilizar conhecimentos e contribuir com a formação, desenvolvimento e transformação de uma sociedade. 

 

A educadora conta que procura sempre manter a atenção na diversidade, nas representações e nos níveis de aprendizagem dos alunos e que valoriza a afetividade nas relações entre professor e aluno. Para ela, a alfabetização é um dos processos mais interessantes que já pode participar e fica grata ao ver os alunos escreverem seus nomes completos com autonomia, identificar os sons e ler palavras e textos na velocidade e entonação corretas. 

 

Como coordenadora pedagógica da Unidade de Educação Básica Lima Verde, Eweny iniciou um ciclo formativo para professores, convidando outras escolas para participar. Quando trabalhava em outro município, a educadora viu o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) da escola em que era gestora crescer.

 

Para ela, a pandemia tem sido um período muito desafiador, mas também de muita aprendizagem, construção de saberes e inovação da prática para todos os profissionais da escola, mas acredita que o ensino remoto jamais poderá substituir o presencial, que é diariamente ressignificado por meio da mediação e interação do professor com seus alunos.

 

“O entrosamento e o fortalecimento de parcerias e do trabalho em equipe melhorou. Reuniões, plantões pedagógicos, conversas individuais com as famílias continuaram fazendo parte do nosso trabalho. As festividades também continuaram: a partir dos meios digitais, mobilizamos toda a comunidade escolar e envolvemos os pais nesse processo.”

jailson.jpeg

Escola: UEB Pão da Vida

Cidade: Paço do Lumiar (MA)
Ciclo: Ensino Fundamental I

Função: Professor

Jailson Antonio Ribeiro Viana

Jailson Antonio Ribeiro Viana é professor do 3º ano do Ensino Fundamental na Unidade de Ensino Básico Pão da Vida, em Paço do Lumiar, Maranhão.

 

Atuando há seis anos na área da educação, tendo suas primeiras experiências como professor em uma escola para jovens e adultos, Jailson conta que uma dificuldade foi enfrentar o preconceito. “A pedagogia é um campo feminino e isso me trouxe receio até conseguir entrar na Educação Infantil, que era meu objetivo. Fui voluntário por quatro anos em uma escola comunitária.”

 

Após essa experiência, o educador trabalhou em uma escola particular, no Ensino Fundamental, na qual era monitor pedagógico. Para o pedagogo, a educação transforma vidas e mundos.

 

“Na UEB Pão da Vida, realizei um projeto de reconstrução no Dia dos Pais. A maior parte das pessoas responsáveis pelos meus alunos é de mães solteiras. Então, trabalhei a figura paterna, independentemente de quem ocupasse esse papel na vida da criança, e recebi um retorno muito bom das famílias, que se sentiram representadas.”

 

Por ser um homem e trabalhar com crianças, Jailson contou que algumas famílias o viam com certo preconceito em outras instituições em que trabalhou. “Acredito que a educação de gênero deve movimentar os currículos. Brincar de bola é para todo mundo, cores não são definidas por gênero e as crianças devem ser livres.”

 

Com a pandemia de Covid-19, passou a dar aulas pelo WhatsApp para seus 21 alunos, enviando áudios, fotos e vídeos, e considera essa uma experiência desafiadora, mas transformadora e gratificante em sua vida.

 

Ele conta que, por enquanto, o ensino presencial não tem previsão de retorno e que uma das dificuldades é o limite de armazenamento dos celulares, que não é suficiente para guardar documentos como livros e atividades, e também a qualidade e o acesso a internet, que é caro.

 

“A aula começa com emojis de bom dia. Depois, inicio um bate-papo entre todos, aplico ou corrijo alguma atividade e envio vídeos, fotos ou áudios explicando o conteúdo do dia”, conta.

 

Ao final da aula, Jailson sempre traz uma frase motivacional para seus alunos e envia medalhas por emojis para valorizá-los.

Marcelia.jpeg

Escola: Centro Educacional Lúcia Chaves

Cidade: São Luís (MA)
Ciclo: Ensino Fundamental II

Função: Professora 

Marcelia Leal Silva

A língua inglesa, para Marcelia, é uma abertura para o mundo, muito além do que apenas um currículo obrigatório. A professora sempre pensa como pode ir além em suas aulas, com criatividade e sempre usando temas atuais para trabalhar os conteúdos da matéria.

 

Ela se considera educadora desde que entrou na universidade em 1996. Antes disso, conta que não se imaginava na profissão. Mas na hora de decidir para qual curso prestar o vestibular, optou pela Língua Inglesa pela facilidade que tinha e pelas oportunidades que almejava. Uma semana depois de entrar na faculdade, já estava em sala de aula e começou a perceber que ali poderia se realizar.

 

Em todos os seus anos lecionando, muitas histórias a marcaram, mas durante seu trabalho com alunos surdos teve uma grata surpresa: a intérprete de Libras que a acompanhava em sala de aula revelou que, anos antes, havia sido sua aluna também.

 

Marcelia não vê outra maneira de se alcançar a transformação do ser humano sem ser pela educação, e não apenas a do ambiente escolar. Por isso, acredita no papel da sociedade.

 

Ela conta que sempre teve sensibilidade em relação a questões étnico-raciais e, por isso, seus projetos como professora de inglês têm essa característica. Em 2019, fez um trabalho sobre o reggae, que é muito presente na cultura do Maranhão, e trabalhou as músicas, a filosofia de vida e também o preconceito com o estilo musical. Por essa iniciativa, foi indicada ao Prêmio Educador Nota 10 e teve seu trabalho reconhecido entre os 50 melhores do ano, o único do Maranhão.

 

Em 2020, começou um projeto de combate ao racismo com um pequeno grupo de alunos. Confeccionaram uma revista em quadrinhos com um personagem negro, um dicionário bilingue, jogos sobre a temática racial e tiveram poucos encontros presenciais, um deles para visitar o Museu do Negro. 

 

“Na minha visão é dentro da escola que o aluno descobre que ele é negro e, às vezes, isso não acontece de uma maneira agradável. Eu como professora de inglês não poderia apenas dar uma aula sobre racismo, por isso, todo o material confeccionado é em inglês.”

 

A professora foi convidada pela secretaria de educação do Maranhão para estender o projeto para as 12 turmas às quais dava aulas no Centro Educacional Lúcia Chaves. Para além dos muros da escola, hoje, ela realiza a ação com uma pequena turma de alunos de outras escolas que evadiram durante o período mais crítico da pandemia.

 

Marcelia sempre fala para seus alunos que a educação é um caminho para a redução da desigualdade social e aumento de oportunidades, principalmente na região onde atua, que é rural e recebe alunos com poucos recursos, mas com muito interesse e vontade de participar dos projetos que cria.

 

“Com os meus alunos eu consigo ir além. Eles me exigem essa criatividade e eu vejo o resultado positivo. Trabalho em uma comunidade muito ativa e que sempre me surpreende positivamente.”

Topo
Mariaa.jpeg

Escola: UEB José Raimundo Rubim

Cidade: Paço do Lumiar (MA)
Ciclo: Ensino Fundamental II

Função: Professora

Maria dos Santos Viana

Maria dos Santos Viana é educadora há 11 anos e, hoje, atua como professora de atendimento educacional especializado (AEE) na sala de recursos da UEB José Raimundo Rubim, em Paço do Lumiar, no Maranhão. Ela acredita que por meio da educação, pode fazer a diferença e promover a inclusão de pessoas com e sem deficiência.

 

“Ser educadora de pessoas com deficiência é presenciar pequenos milagres porque cada conquista do estudante é um novo caminho que se abre para um leque de possibilidades. A educação transforma a vida do estudante quando quebramos a barreira da exclusão, dando a eles adequações que lhes permitem condições de igualdade.”

 

A história de vida de um estudante com Transtorno Espectro Autista (TEA) marcou a vida da educadora. A criança chegou na sala de recursos em que ela trabalha com três anos de idade e não se comunicava verbalmente, não conseguia comer quase nada, chorava muito e até se machucava.

 

“Busquei literatura que falasse sobre esse transtorno e metodologias que se adequassem às suas necessidades. Hoje, essa criança tem 9 anos, fala e é bem desenvolvida intelectualmente, embora ainda apresente comorbidades.”

 

Para a educadora, os desafios vão além dos conhecimentos teóricos. É preciso saber aliá-los às práticas no atendimento educacional especializado.

 

“Saber fazer o diagnóstico de aprendizagem do aluno e minha autoavaliação como docente nem sempre é uma tarefa fácil. É uma busca constante para alinhar as estratégias à realidade do aluno. Cada estudante possui um plano educacional especializado e nele são traçadas as metas a serem alcançadas.”

 

No início da pandemia, Maria conta que ficou preocupada sobre como atender os estudantes. Depois de um planejamento bem elaborado, iniciou as aulas remotas e percebeu que precisava de adequações.

 

“Alguns não conseguiram se adaptar às aulas online, por não disporem de meios tecnológicos ou por apresentarem comorbidades mais acentuadas. Foi quando alguns pais entraram em contato pedindo ajuda dizendo que seus filhos estavam retrocedendo no aprendizado.”

 

Diante da situação, a educadora teve a ideia de ir até os estudantes. Seguindo todos os protocolos de segurança, ela vai de porta em porta, uma vez por semana, para atender seus alunos.

bottom of page